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Giulia Yokomizo Girardi

Dia dos Professores: 18 anos dos Escritores da Liberdade

Atualizado: 7 de jul. de 2020


Oi, galera, tudo bem?

Ontem, dia 15/10, todas as redes sociais foram dominadas por posts, fotos, textos de homenagem, histórias comoventes e mensagens sobre o Dia dos Professores. Impossível alguém não ter visto pelo menos uma foto daquelas que são postadas todo ano sobre o papel do professor na sociedade, geralmente uma que tem uma professora no centro e vários profissionais em volta dela, apontando-a, com os dizeres “Ela foi minha professora”. Enfim, ainda nessa questão da importância do educador e seu potencial de mudar vidas, hoje a gente vai falar sobre uma história super legal que aconteceu lá em Los Angeles e rendeu um livro publicado em 1999. No meio desse mundo turbulento em que vivemos, essa história representa um pouquinho de esperança na educação, olha só:


A capa do livro, que tem na biblioteca do Colégio

A jovem professora Erin Gruwell é contratada para lecionar numa turma de alunos abaixo da média e classificados como “impossíveis de serem ensinados”, já que eles vivem uma verdadeira guerra de gangues, extremamente violenta. Suas vidas atormentadas por mortes e crimes horríveis acabam se refletindo no desempenho escolar, muitos inclusive apresentam problemas de aprendizagem. É esse cenário que Gruwell encontra e se propõe a mudar, apesar do desinteresse dos alunos e da própria coordenação da escola. Ela, então, apresenta aos estudantes uma literatura escrita por jovens em situação de adversidades, como, por exemplo, O diário de Anne Frank, a fim de aproximá-los do hábito de ler. Além disso, é proposto que eles escrevam um diário contando suas histórias pessoais, com o intuito de desabafar e compartilhar seus problemas com a professora. Assim, eles têm suas vidas gradativamente transformadas pelo novo método de aprendizagem. E chegam inclusive a se formar!

A história é tão massa que virou roteiro de filme, Escritores da liberdade, de Richard LaGravenese, 2007, da Paramount Pictures, estrelando grandes nomes, como Hilary Swank no papel da professora Erin e Patrick Dempsey (é, o Derek de Greys Anatomy!) vivendo seu marido. Esse filme está disponível para assistir no Netflix, é curtinho, então fica a dica! O trailer também é bem legal:


Todos aqueles diários escritos pelos alunos foram compilados num livro entitulado The Freedom Writers Diary (em tradução literal, seria O diário dos escritores da liberdade), publicado pela Main Street Books e ainda não traduzido para o português. São histórias comoventes sobre a realidade de todas aquelas etnias que estavam constantemente em conflito sangrento, o modo como aquele ambiente afetou a vida pessoal e acadêmica dos alunos e o alívio de poder compartilhá-las com alguém. (Tem seis exemplares na biblioteca do Ensino Médio, então corre).

Depois de formar seus 150 primeiros jovens, a professora Erin Gruwell fundou a organização sem fins lucrativos “The Freedom Writers Foundation”, cujo site pode ser acessado aqui, e que tem como objetivo melhorar o engajamento dos alunos e ajudar o educador a promover ambientes que celebrem a diversidade e incentivem a aceitação através de métodos de ensino especializados para as necessidades de cada turma, em vários lugares do mundo inteiro. Uma verdadeira corrente do bem!

Histórias como essa são como uma luz no fim do túnel para nós, que vivemos no penúltimo dos 36 países avaliados pelo órgão OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) no quesito educação; além disso, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE, estima que 27% da população do país é de analfabetos funcionais. Em meio a tantas condições péssimas de educação, como a desvalorização dos professores, a falta de verbas para as escolas e o crescente desinteresse dos jovens pelo conhecimento acadêmico, projetos como o Freedom Writers podem inspirar vocês, a futura geração de possíveis professores, a mudar o rumo do país. Afinal, como disse Miep Gies, a mulher que ajudou a esconder Anne Frank, aos “escritores da liberdade”: somos heróis todos os dias. E o maior herói da sociedade é o professor, transformador de vidas e construtor de sonhos. Fala pra gente: você teve algum professor que marcou a sua vida?

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