John Green, autor conhecido pelos famosos livros de Young Adult do início do século (seu primeiro livro foi publicado originalmente em 2005) saiu das páginas da ficção e se embrenhou pelas camadas filosóficas da mente humana, destrinchando a condição (e contradição) humana contemporânea em um livro sobre esperança, naquilo que é próprio do humano.
O autor do livro “Anthropocene Reviewed”, livro escolhido para os alunos do 9º ano lerem no primeiro semestre deste ano letivo, é um famoso conhecido dos jovens, sobretudo dos que gostam de ler. Seus livros abordam assuntos da realidade da maioria dos adolescentes: dores, amores, questões de aceitação e perguntas como “quem eu sou e o que eu vou ser” enchem de caracteres as páginas impressas dos livros de John. Seus livros se tornaram best-sellers para jovens adultos e as adaptações são sucesso até os dias de hoje. Muito provavelmente, você já ouviu falar ou leu algo sobre alguma obra literária dele que viralizou na adaptação para o cinema. Ele é o cérebro responsável pela criação de personagens enigmáticos e caricatos da cinematografia e da literatura, como o casal Hazel Grace e Augustus Waters, de “A culpa é das estrelas”.
Lista de livros escritos pelo autor:
Looking for Alaska / Quem é você, Alasca? (2005)
An Abundance of Katherines / Teorema Katherine (2006)
Paper Towns / Cidades de Papel (2008)
Let it Snow: Three Holiday Romances / Deixe a neve cair (2008)
Will Grayson, Will Grayson / Will e Will: um nome, um destino (2010) (co-autor junto com David Levithan)
The Fault in Our Stars / A culpa é das estrelas (2012)
Turtles All the Way Down / Tartarugas até lá embaixo (2017)
The Anthropocene Reviewed / O Antropoceno revisado (2021)
Everything is Tuberculosis (lançamento em março de 2025)
Além de escritor, John é bastante ativo na internet. Ele mantém um canal no youtube com seu irmão Hank, chamado “VlogBrothers”. Lá em 2007, os dois decidiram cessar a comunicação textual, na época por e-mails e sms, e começaram uma empreitada de vídeos de rotinas, o que hoje conhecemos por “vlogs”, numa tentativa de se conectarem, enquanto irmãos, mesmo após a vida adulta. Surgiu, então, o piloto do que hoje é um canal com 3,87 milhões de inscritos e 2,3 mil vídeos, onde os dois continuam atualizando com pelo menos dois vídeos por semana.
Em seu site oficial, é possível encontrar diversas produções de John, como podcasts e textos de sua autoria que não foram transformados em livros. Inclusive, Anthropocene Reviewed surgiu justamente de seu podcast, de mesmo nome. No auge da pandemia de Covid-19, John Green começou a produzir o podcast contando, para os interessados em ouvi-lo, suas divagações sobre o ser humano e seus impactos no mundo, em episódios com títulos bastante peculiares, como o Ginkgo Biloba e Icelandic Hot Dog Stand and Signing Your Name 250,000 times.
Antropoceno - Mas afinal, o que significa isso? Esse conceito, emprestado das Ciências Biológicas e da Geografia define que estamos em uma nova era geológica, pautada sobretudo na humanidade. Assim como todos os organismos constituintes do sistema global, os seres humanos desempenham uma função importante nessa equação. É um tema que tem certa controvérsia e nem todos os cientistas concordam acerca dele. O interessante, principalmente quando relacionamos este conceito ao livro de John Green, é pensar na etimologia da palavra: o novo humano. "Antropoceno" — do grego anthropos, significa humano, e kainos, significa novo.
Esta obra de John Green recebeu em 2021 o prêmio de não-ficção favorito dos jovens da plataforma Goodreads. Os ensaios do autor, adaptados de seu podcast, são compilados de pontos de vista da vida do ser humano na terra: coisas que nos são únicas, desde o teclado QWERTY até o jogo Banco Imobiliário.
Green, é um contador de histórias. Mesmo aquele leitor mais seletivo e que não troca uma boa ficção vai gostar desta obra empática e profunda. Um livro capaz de promover reflexões filosóficas de forma leve, jovem e contemporânea sem se apegar demasiadamente a elucubrações sintéticas. Este é um livro que dialoga conosco enquanto indivíduo humano e social apesar das contradições da nossa espécie. É, afinal, um livro sobre esperança, sobretudo na humanidade.
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