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Foto do escritorGabriela Traversim

Observando de perto as plantas de Djaimilia

O livro “A visão das plantas”, de Djaimilia Pereira de Almeida, é uma das leituras obrigatórias para aqueles que querem prestar vestibular. Ele foi indicado como leitura para os estudantes que desejam concorrer a uma vaga em um dos vestibulares mais concorridos do país, a FUVEST, entre 2026 e 2029. Para ajudar os alunos da 1ª série do Ensino Médio na leitura deste livro neste semestre, aqui vão algumas contextualizações, biografia da autora, conteúdos extras e desdobramentos da obra!



Sobre a autora: 

  • Nasceu em Luanda, na Angola, mas cresceu em Portugal;

  • Filha de mãe angolana e pai português; 

  • Doutora em Teoria da Literatura pela Universidade de Lisboa, sendo hoje Professora Assistente na New York University;

  • Publicou 14 livros até o momento;

  • Seu trabalho apareceu em jornais e revistas conceituadas no mundo todo, como a Folha de São Paulo, La Repubblica, Serrote, Granta e ZUM;

  • Djaimilia é colunista também da revista QuatroCincoUm, produção nacional sobre literatura. 

A Visão das Plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida (2019, Todavia)

O livro conta a história de Celestino, um antigo capitão de navios negreiros que após deixar seu trabalho marcado por sofrimento, decide cultivar um jardim em sua casa de infância. Este livro de Djaimilia é potencialmente mais literário que seus anteriores, que trouxeram abordagens autobiográficas com resquícios da herança colonial de seu país de origem. Outra autora que também apresenta esta temática é Isabela Figueiredo, que nasceu em Moçambique e pode ser uma leitura complementar interessante para aqueles que desejam comparar as perspectivas das autoras. 



Apesar desse viés literário, em “A visão da Plantas”, Djaimilia continua apresentando essa bagagem histórica, ainda mais quando a autora exibe uma temporalidade indireta que remete ao passado brutal do Capitão de navios negreiros, Celestino. Há uma profunda reflexão sobre as contradições e violências do império Português que continuam em jogo e que refletem significativamente na realidade do Brasil, uma vez que também carregamos desta herança. 

"A visão das plantas sublinha a noção desconcertante de que as plantas não habitam a nossa esfera moral: podem testemunhar as nossas atrocidades, inclusive as que cometemos contra elas, e não se queixam, não nos denunciam, não reclamam. São testemunhas mudas e cegas, o que as torna vítimas particularmente vulneráveis. E, no entanto, podemos manter com elas uma conversa quase espiritual e respondermo-nos, entendermo-nos”, explica à ELLE a escritora, numa conversa por email (SOUZA, 2021)

O livro gera uma reflexão bastante profunda a respeito da moralidade e da dualidade entre crime e redenção, uma vez que o personagem principal é marcado pela morte, mas cultiva um jardim com vida e beleza. As plantas de seu jardim, tudo sabem e tudo contam através de seu ponto de vista, entretanto não são afetadas por nenhuma ação de Celestino. 

Para saber mais sobre a obra e seus desdobramentos, veja abaixo alguns textos, vídeos e podcasts que podem servir como apoio para a compreensão das profundidades apresentadas no livro: 


Cronologia dos Livros publicados pela autora



Referências: 

ALMEIDA, D. P. de. Djaimilia Pereira de Almeida, livros e projectos, info. Disponível em: https://djaimilia.com/info.

SOUZA, A. C. Djaimilia Pereira de Almeida: “minha grande biblioteca são os meus antepassados”. ELLE, 2021. Disponível em:  https://elle.com.br/cultura/djaimilia-pereira-de-almeida 



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